De regresso ao campeonato, os três primeiros, U. Tomar, Fazendense e Amiense, voltam a jogar fora de casa, com deslocações de risco, para defrontar adversários posicionados na segunda metade da pauta classificativa, apostados em amealhar alguns preciosos pontos.
Cartaxo e U. Tomar defrontaram-se por sete vezes na última década (tendo sido cancelados os jogos das temporadas de 2019-20 e 2020-21), com um balanço favorável aos cartaxeiros, com três vitórias (incluindo uma goleada por 6-1, em Outubro de 2015) e três empates, face a um único triunfo dos tomarenses, precisamente no encontro mais recente, em Dezembro de 2021.
A equipa do Cartaxo ocupa modesto 13.º lugar, em zona perigosa da tabela, tendo superado, na ronda anterior – ganhando no Entroncamento –, um ciclo muito negativo, de cinco desaires consecutivos. Em casa foi já derrotado por Alcanenense, Amiense e Fátima, contando quatro vitórias em nove jogos.
Quanto ao U. Tomar, na ressaca da eliminação na Taça, agora com o foco exclusivamente no campeonato, procurará somar terceiro triunfo sucessivo. Fora de casa, em nove jogos, ganhou seis, tendo perdido em Samora, Alcanena e Mação.
Os nabantinos são favoritos, mas o Cartaxo tudo fará para procurar pontuar, anotando-se a curiosidade de o União ainda não ter empatado neste campeonato.
Ainda mais difícil, pelo menos em teoria, se afigura a visita do Fazendense a Torres Novas. Em oito encontros entre ambos nos últimos dez anos, os torrejanos ganharam “todos”, à excepção da derrota sofrida em 2018; ou seja, um “score” de sete vitórias a uma!
Deverá, todavia, ter-se em consideração que o Torres Novas perdeu já por quatro vezes no seu terreno, nesta época, não obstante a recuperação que, a partir de dada altura, encetou. Por seu lado, o Fazendense, que vem também de eliminação na Taça, conta cinco vitórias em nove desafios fora de casa.
Independentemente do histórico, que reflecte situações passadas, antevê-se um jogo de tendência “X2” no “Totobola” para esta tarde.
O Amiense, que segue com quatro vitórias consecutivas no campeonato – a que junta a estrondosa goleada de 14-0 averbada no jogo da Taça, ante o Paço dos Negros – viaja até Alpiarça, para reeditar um confronto que não se registava desde o ano de 2004, nessa altura com triunfo dos homens dos Amiais, por tangencial 1-0.
Um encontro de muito especial significado para Jorge Peralta, de parabéns, no seu jogo n.º 500 como treinador, desde a estreia, já há 25 anos, em Novembro de 1997, num desafio em que enfrenta precisamente o último clube que tinha treinado, antes de assumir a responsabilidade pelo emblema de Alpiarça.
O Águias é 10.º classificado, não ganhando há três jornadas. No seu reduto apenas foi batido pelo Fazendense e pelo Salvaterrense. Mas o Amiense revela propensão para bons resultados em terreno alheio (somando cinco vitórias e dois empates), o que se projecta possa voltar a suceder hoje.
Do quarteto de candidatos ao título, o Alcanenense, a atravessar boa fase – tendo ido também ganhar a Ferreira do Zêzere, para a Taça –, recebe o Fátima, num embate que se tinha realizado, pela última vez, a nível da I Divisão Distrital, há quase 40 anos (em Janeiro de 1984), na altura com um empate a zero.
Mas os fatimenses estão também em subida de forma, tendo obtido vitórias nos três últimos jogos, duas delas fora de casa, surpreendendo os adversários, em Samora e no Cartaxo.
O Alcanenense perfila-se como favorito, mas terá de estar concentrado para evitar que o Fátima possa voltar a surpreender.
O Samora Correia, a passar por fase de menor rendimento (duas derrotas seguidas no campeonato, apenas tendo vencido um dos quatro últimos jogos; e tendo cedido inesperado empate caseiro, 3-3, para a Taça, ante o Espinheirense) tem uma boa oportunidade para se reencontrar com as vitórias, recebendo o “lanterna vermelha”, Entroncamento, derrotado nas quatro últimas jornadas.
Na única vez em que se cruzaram, no final de Dezembro de 2020, registou-se uma igualdade a uma bola, o que não se projecta possa repetir-se desta feita, dado o favoritismo dos samorenses. Mas o Entroncamento estará já a “queimar os últimos cartuchos” em termos de poder ainda aspirar a evitar a descida à II Divisão.
O Mação, animado com o apuramento na Taça, tendo afastado o actual detentor do troféu, Fazendense (mesmo que tal tenha sido conseguido apenas no desempate da marca de “penalty”), recebe o Salvaterrense, reeditando o único jogo entre ambos, em anos recentes, há quase um ano, quando foi surpreendido, perdendo em casa por 1-2.
Já sem grandes objectivos no campeonato, os maçaenses serão favoritos, mas os visitantes – que, até agora, apenas conseguiram ganhar em Alpiarça – poderão voltar a surpreender, pelo menos, pontuando.
O Ferreira do Zêzere, com irregular desempenho no Distrital, onde ocupa o 7.º lugar, mas já a oito pontos do 5.º classificado, tendo sido também afastado da Taça, tem uma saída de elevado grau de dificuldade, até Benavente, para defrontar o penúltimo classificado, carenciado de pontos, mas que acaba de afastar o líder do campeonato, na eliminatória inicial da Taça.
No único embate entre ambos os clubes nos últimos anos, o Benavente ganhou, por 3-1, em Novembro de 2021. Esta é uma partida com todas as possibilidades em aberto, em que, qualquer que seja o desfecho, não constituirá grande surpresa.
O Abrantes e Benfica, de forma bastante inesperada, actual antepenúltimo classificado, procurará somar mais três importantes pontos, na recepção a uma equipa do At. Ouriense em quebra de rendimento (sem ganhar há sete jornadas, tendo registado um ciclo de quatro derrotas sucessivas).
Estes dois clubes também só se cruzaram uma vez, em Dezembro de 2021, tendo os abrantinos vencido por 2-0.
Vindos de uma rotunda goleada, por 12-0, para a Taça, frente ao At. Pernes, o Abrantes e Benfica terá também uma boa oportunidade de reverter uma fase negativa, de quatro desaires em cinco jornadas.
(Texto da rubrica da Rádio Hertz, com a perspectiva da jornada – 05.02.2023)