O campeonato Distrital da I Divisão chega ao seu termo, com a disputa, este fim-de-semana, da 30.ª e última jornada, culminando uma longa “maratona”, de mais de oito meses de competição.
Numa ronda já sem decisões de relevância por estabelecer, teremos, ainda assim, alguns desafios de interesse, em especial o Fazendense-Samora Correia (colocando frente a frente o 3.º e 4.º classificados) e o Torres Novas-Abrantes e Benfica, que, no imediato, disputam ainda, directamente entre si, o 8.º lugar (sendo que os torrejanos poderão aspirar chegar ainda até à 6.ª posição).
No Fazendense-Samora Correia regista-se a particularidade de, nos cinco últimos desafios entre ambos, nas Fazendas de Almeirim, desde a época de 2016-17, a formação da casa ter vencido sempre.
Um ciclo vitorioso que poderá eventualmente ser quebrado hoje, se atendermos ao facto de os samorenses terem também em curso uma série de nove triunfos consecutivos no campeonato, não esquecendo também as naturais precauções que o Fazendense poderá adoptar, nas “vésperas” da importante partida da Final da Taça do Ribatejo.
Quanto a Torres Novas e Abrantes e Benfica, nunca antes se cruzaram, em tempos recentes, na cidade do Almonda, dado terem sido cancelados os jogos previstos para as duas últimas temporadas.
Na primeira volta os torrejanos surpreenderam, tendo ido ganhar a Abrantes por 2-1. Caso voltem a repetir o triunfo – e dependendo de uma conjugação favorável com os resultados noutros campos (em Alcanena e Ourém) – ascenderiam a um algo inesperado 6.º lugar final.
Por seu lado, os abrantinos jogam sobretudo, pela honra – não podendo alcançar melhor que o 8.º posto, e necessitando, para tal, de vencer –, sendo que, tal como o Fazendense, se encontram na antecâmara da Final da Taça. O factor casa poderá fazer pender o jogo para o Torres Novas, para a repartição de pontos também não surpreenderia.
O novo Campeão, Rio Maior, recebe o último classificado, Glória do Ribatejo, num encontro entre extremos. Por coincidência, repetem o desafio de encerramento da época passada, então com a turma da Glória a ser mais feliz, sagrando-se vencedora da Taça do Ribatejo.
Esta tarde, em circunstâncias muito distintas, restará saber até que ponto subsistirá a “sede” de golos por parte dos riomaiorenses, depois da “chapa 7” aplicada em Benavente. Seria enorme a surpresa se o Rio Maior não completasse uma fantástica série de 12 vitórias nas 12 últimas jornadas do Distrital.
Em Alcanena defrontam-se o 6.º e 5.º classificados, com o Alcanenense a receber a visita do Mação. Os maçaenses têm já a sua posição final fixada, enquanto o Alcanenense depende ainda do desfecho do Torres Novas para confirmar tal 6.º lugar.
Na única ocasião em que se cruzaram, nos últimos anos, no escalão principal, já há dez anos, o Alcanenense ganhou por 2-0. Esta tarde, e apesar de os maçaenses virem de três desaires sucessivos, subsiste a possibilidade de pontuarem.
O Salvaterrense, já com o seu campeonato “feito” há bastante tempo, poderá aproveitar a embalagem do triunfo averbado em Almeirim para voltar a somar mais três pontos, frente a um Cartaxo já sem especiais objectivos, neste final de temporada – mesmo que possa ainda haver uma disputa directa entre os dois adversários por um melhor lugar na tabela final (repartem, nesta altura, o 12.º posto).
Anota-se que os dois emblemas não se cruzavam, na I Divisão, já há 16 anos, nessa ocasião com a vitória a sorrir aos cartaxeiros, por tangencial 1-0.
Não tivesse a questão da manutenção ficado já matematicamente decidida desde há um par de semanas, o embate entre Ferrreira do Zêzere e U. Almeirim seria certamente crucial a esse nível.
Assim, será uma oportunidade para os ferreirenses reforçarem a sua vantagem pontual, face a um adversário já conformado com a sua sorte.
Ainda assim, é de recordar que, em três encontros disputados entre os dois clubes, entre as temporadas de 2017-18 a 2019-20, se registaram os três desfechos possíveis: triunfo dos ferreirenses em 2017, empate em 2019 e vitória dos almeirinenses (goleando mesmo, por 4-0) no último jogo, em 2020 – um resultado que, a poder repetir-se hoje, com maior probabilidade seria no sentido contrário.
No último desafio desta tarde o vice-campeão, U. Tomar (posição que alcança pela terceira vez nos últimos oito anos), recebe o Amiense.
No embate com maior historial de entre os jogos desta derradeira jornada, os dois emblemas defrontaram-se por oito vezes na última década, com tendência favorável aos tomarenses, que ganharam quatro desses encontros, para além de dois empates, com o grupo de Amiais de Baixo a vencer em duas ocasiões (em 2013 e, precisamente, na partida mais recente, há cerca de um ano, por tangencial 2-1).
Esta tarde, o União volta a ser favorito, mas terá de contar com um adversário já absolutamente despreocupado, sendo que os unionistas terão ainda o objectivo de, marcando pelo menos dois golos, igualar (ou eventualmente superar) o seu “record” histórico de (85) golos marcados em campeonatos (máximo averbado em 1987-88, no Distrital, e em 1973-74, na II Divisão Nacional, neste caso em 38 rondas).
O encontro entre At. Ouriense e Benavente foi já ontem disputado.
(Texto da rubrica da Rádio Hertz, com a perspectiva da jornada – 29.05.2022)