Taça Ribatejo


(“O Templário”, 02.02.2023)

A nota mais significativa desta “Pré-eliminatória” da Taça do Ribatejo (primeira ronda abrangendo clubes do principal escalão do futebol distrital) vai para o afastamento dos dois primeiros classificados do campeonato, U. Tomar e Fazendense, que, assim, falham – pela primeira vez nos últimos quinze anos, em ambos os casos – a presença nos 1/8 de final da competição, depois de 14 anos de apuramentos consecutivos dos dois clubes, desde 2009!

A outra nota vai para o extremo desnível registado em dois dos encontros entre equipas de escalão diferente, por números que “já não se usam” (14-0 e 12-0!), traduzindo uma situação que não é positiva para a modalidade, a suscitar a necessária reflexão – desde 2011 que não se verificava um resultado de 14-0 (goleada do Porto Alto, fora de casa, face ao Barrosense); o anterior 12-0 (vitória do U. Rio Maior ante o Mugense) tinha ocorrido já em 1998.

Por curiosidade, para além desses casos, as maiores goleadas da história da Taça do Ribatejo foram as seguintes: Riachense-Santanense (16-1, em 1994); Águias do Sorraia-Fazendense (0-15 – 1989); Pego-Olalhas (15-0 – 1989); U. Almeirim-Marianos e Murta (14-0 – 1992); Tramagal-C.A.D.C.A (12-0 – 1976); Vasco da Gama-Cercal (12-1 – 1992); U. Rio Maior-Moita do Norte (12-1 – 2001); e Ouriquense-Marianos e Murta (11-0 – 1991); afora oito vezes 10-0.

De resto, foi uma eliminatória sem surpresas significativas, não tendo emergido qualquer “tomba-gigantes”, avançando para os 1/8 de final: treze clubes da I Divisão (tendo os, apenas, três eliminados – para além de U. Tomar e Fazendense, também o Ferreira do Zêzere – sido afastados por clubes do mesmo escalão); e três da II Divisão (Moçarriense e Riachense, isentos; e Vasco da Gama, única equipa a apurar-se dentro de campo, frente ao Glória do Ribatejo).

Destaques – No “jogo-grande”, em Mação, cruzavam-se dois clubes que somavam um agregado total de 29 qualificações consecutivas (!) para os 1/8 de final da Taça: 15 por parte do Mação, desde o ano de 2007 (sendo que não participara na edição de 2018-19, dado ter disputado, nessa temporada, o Campeonato de Portugal); 14 do Fazendense, desde 2009.

Por curiosidade, repetiam o embate de quinze dias antes, para o campeonato (que os visitantes venceram por 1-0); desta feita as equipas neutralizaram-se, não tendo desfeito o nulo no marcador. No desempate da marca de “penalty” os maçaenses foram mais eficazes, conseguindo, pois, uma espécie de desforra, afastando – logo na ronda inicial –, o “Rei” da Taça, Fazendense (com o máximo de cinco troféus conquistados e actual detentor do título).

Em Benavente, o actual penúltimo classificado do campeonato recebia o líder, U. Tomar, emblemas separados por 26 pontos (13 vs. 39). Porém, dentro de campo, tal diferença não foi, de modo algum, tão notória: o jogo foi repartido durante larga fase da primeira parte, sendo que os donos da casa se colocaram em vantagem logo ao minuto 25, não tendo o União – mesmo beneficiando de algumas ocasiões de perigo – conseguido evitar sair para o intervalo a perder.

Na segunda metade os tomarenses intensificaram a pressão, assenhoreando-se do jogo, vindo a restabelecer a igualdade aos 65 minutos; até final, mantendo o domínio, desperdiçariam pelo menos um par de oportunidades flagrantes para vencer. No desempate da marca de “penalty”, tal como sucedera, no início da época, na Taça de Portugal (em Pombal), e, por coincidência, na véspera, com a equipa de juniores do clube (no Entroncamento), acabariam por ser eliminados.

Ferreira do Zêzere e Alcanenense tinham como que um “tira-teimas”, voltando a encontrar-se após o confronto de duas semanas antes, em Alcanena. Pois, se dúvidas tivessem ficado sobre a superioridade do Alcanenense, elas foram “esclarecidas”, repetindo-se – agora em reduto alheio – o desfecho a seu favor (3-1), confirmando a boa fase que vem atravessando.

Quanto aos ferreirenses – “recordistas” de participações na Taça (presença em 45 das 46 edições da prova, apenas tendo falhado na edição inaugural, na época de 1976-77) –, viram-se também prematuramente arredados de outro objectivo, a juntar à irregular carreira no campeonato.

Há, depois, a história de dois desafios “sem história”, consubstanciando jogos de sentido único: as estrondosas goleadas de 14-0, infligida pelo Amiense ao Paço dos Negros, com destaque para os cinco golos de Cristiano Aniceto “Ganso”, e quatro de Luís Torres “Moleiro”; e 12-0, aplicada pelo Abrantes e Benfica ao At. Pernes (com um total de oito jogadores a marcar) – averbadas justamente ante os dois últimos classificados da série Sul da II Divisão.

Surpresa – Em bom rigor, não chegou a consumar-se a surpresa “total”, que teria constituído a eliminação do Samora Correia, mas o empate (3-3) concedido pelos samorenses na recepção ao Espinheirense (actual 3.º classificado da série Sul do escalão secundário) não estaria nas expectativas. Valeu aos donos da casa serem mais efectivos na fórmula de desempate definida.

Confirmações – Nos outros quatro jogos, confirmou-se o favoritismo de Torres Novas (3-0 ao Caxarias), Salvaterrense (2-0 no Pego), At. Ouriense (por “apertado” 3-2, nos Foros de Salvaterra, sendo que reverteu, num minuto, uma desvantagem de 1-2), e – no único embate entre clubes da II Divisão – do Vasco da Gama (4-1, frente ao Glória do Ribatejo, clube de tradição na Taça, vencedor há duas épocas, este ano a realizar campanha muito aquém).

Anota-se que, por sorteio prévio, tinham ficado isentos, apurando-se para a ronda seguinte, seis clubes: Águias de Alpiarça, Cartaxo, Entroncamento AC, Fátima, Moçarriense e Riachense.

Campeonato de Portugal – Sinais positivos, na ronda 16, e um extremamente negativo: o Coruchense surpreendeu, batendo o anterior líder, B. C. Branco, por 2-0, enquanto o U. Santarém obteve um, apesar de tudo, favorável empate a zero em Sintra; quanto ao Rio Maior, fez “falta de comparência” em Pêro Pinheiro, dado os jogadores terem decidido “cessar a actividade”, devido aos sucessivos incumprimentos da SAD, com reiteradas situações de vencimentos em atraso. Uma situação de gravidade, comprometedora da verdade desportiva.

Os escalabitanos integram agora um quarteto que reparte a vice-liderança, a três pontos do 1.º de Dezembro; tendo a turma do Sorraia ascendido à 6.ª posição, somente dois pontos abaixo!

Antevisão – No regresso às emoções do campeonato, os três primeiros, U. Tomar, Fazendense e Amiense, voltam a jogar fora de casa, com “ameaçadoras” deslocações, respectivamente, ao Cartaxo, a Torres Novas e a Alpiarça, para defrontar adversários posicionados na segunda metade da pauta classificativa, apostados em amealhar alguns preciosos pontos.

Alcanenense (4.º) e Samora Correia (5.º), actuando nos respectivos terrenos, terão maior dose de favoritismo, recebendo o Fátima e o “lanterna vermelha”, Entroncamento AC – mas, em especial, os fatimenses (com uma série em curso de três triunfos) não deixarão de procurar surpreender de novo, como, aliás, o fizeram já, em jornadas recentes, de forma repetida.

Na II Divisão destacam-se as seguintes partidas: Moçarriense-Espinheirense (com o 2.º a receber o 3.º); e, a Norte, o Tramagal-Riachense, colocando frente-a-frente os dois primeiros.

No Campeonato de Portugal, teremos um entusiasmante embate U. Santarém-Coruchense; ficando por saber se o Rio Maior (que deverá receber o Loures) consumará ou não a desistência.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 2 de Fevereiro de 2023)

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BENAVENTE – David Lourenço, Ricardo Barrela, Tiago Carvalho, Telmo Santos, Gabriel Madeira, André “Andrezinho” Santos (c.), Bruno Bexiga (45m – Edmilson Cabral), Sérgio Franklim Salvador, Pedro Soares (77m – João Praia), Duarte Ferreira e Rui Caniço (77m – Bruno “Bruninho” Martins)

U. TOMAR – Ivo Cristo, Herivandro “Ivan” Banora, Siaka Bamba (c.), Henrique Matos (45m – Guilherme Camargo), Guilherme Graça, José “Zé” Maria, Joaquim “Quim Zé” Batim (62m – José Charles Mendes), Leandro Filipe, Pedro Pires, Anderson Nascimento e Diogo Ismail (71m – Guilherme Nunes)

(suplentes – Rodrigo Neves, Douglas Pissona, Francisco “Kiko” Ramos e Bruno Silva)

1-0 – Duarte Ferreira – 25m
1-1 – Anderson Nascimento – 65m

Desempate da marca de grande penalidade:

Siaka Bamba rematou à trave
1-0 – André “Andrezinho” Santos
Pedro Pires rematou por alto
2-0 – Ricardo Barrela
2-1- Anderson Nascimento
3-1 – Edmilson Cabral
3-2 – Leandro Filipe
4-2 – Gabriel Madeira

Cartões amarelos – Sérgio Franklim Salvador (38m), Bruno Bexiga (45m), Duarte Ferreira (48m), Pedro Soares (67m), Ricardo Barrela (71m) e Tiago Carvalho (90m); José “Zé” Maria (90m)

Árbitro – Halim Aqa Shirzad (Afeganistão)

Vasco Gama – Glória do Ribatejo – 4-1
Ferreira Zêzere – Alcanenense – 1-3
Samora Correia – Espinheirense – 3-3 (5-4 g.p.)
Abrantes e Benfica – At. Pernes – 12-0
Mação – Fazendense – 0-0 (4-3 g.p.)
Forense – At. Ouriense – 2-3
Amiense – Paços dos Negros – 14-0
Benavente – U. Tomar – 1-1 (4-2 g.p.)
Torres Novas – Caxarias – 3-0
Pego – Salvaterrense – 0-2

Isentos: Moçarriense, Cartaxo, Riachense, Fátima, Águias Alpiarça e Entroncamento AC

É o seguinte o alinhamento, previamente sorteado, dos jogos dos 1/8 de final, previstos para 26 de Março de 2023:

Vasco Gama – Samora Correia
Entroncamento AC – Alcanenense
Abrantes e Benfica – Salvaterrense
Amiense – Cartaxo
Torres Novas – Mação
Águias Alpiarça – Moçarriense
At. Ouriense – Fátima
Benavente – Riachense

Realizou-se esta tarde o sorteio das eliminatórias da Taça do Ribatejo, que ditou os seguintes alinhamentos:

Pré-Eliminatória (29.01.2023)

Vasco Gama – Glória do Ribatejo
Ferreira Zêzere – Alcanenense
Samora Correia – Espinheirense
Abrantes e Benfica – At. Pernes
Mação – Fazendense
Forense – At. Ouriense
Amiense – Paços dos Negros
Benavente – U. Tomar
Torres Novas – Caxarias
Pego – Salvaterrense

Isentos: Moçarriense, Cartaxo, Riachense, Fátima, Águias Alpiarça e Entroncamento AC

1/8 de final (26.03.2023)

(1) Vasco Gama/Glória do Ribatejo – Samora Correia/Espinheirense
(2) Entroncamento AC – Ferreira Zêzere/Alcanenense
(3) Abrantes e Benfica/At. Pernes – Pego/Salvaterrense
(4) Amiense/Paços dos Negros – Cartaxo
(5) Torres Novas/Caxarias – Mação/Fazendense
(6) Águias Alpiarça – Moçarriense
(7) Forense/At. Ouriense – Fátima
(8) Benavente/U. Tomar – Riachense

1/4 de final (07.04.2023)

(a) Vencedor do jogo (1) – Vencedor do jogo (3)
(b) Vencedor do jogo (4) – Vencedor do jogo (5)
(c) Vencedor do jogo (7) – Vencedor do jogo (6)
(d) Vencedor do jogo (2) – Vencedor do jogo (8)

1/2 finais (25.04.2023 e 07.05.2023)

– Vencedor do jogo (b) – Vencedor do jogo (a)
– Vencedor do jogo (d) – Vencedor do jogo (c)

Assim, caso o U. Tomar consiga superar a 1.ª eliminatória (fora, em Benavente), defrontará de seguida, nos 1/8 de final, o Riachense (em casa); caso atinja os 1/4 de final, jogará (outra vez fora) com Entroncamento AC, Ferreira Zêzere ou Alcanenense. Caso aplicável, nas meias-finais (disputadas a duas mãos), com uma das seguintes equipas: Águias Alpiarça – Moçarriense ou Forense/At. Ouriense – Fátima.

A Final da Taça do Ribatejo está agendada para dia 28 de Maio de 2023.

Série 1

Alferrarede – U. Atalaiense – 3-4
At. Pernes – Vasco da Gama – 2-3

1º Vasco da Gama, 7; 2º At. Pernes, 4; 3º U. Atalaiense, 4; 4º Alferrarede, 1

Série 2

Marinhais – U. Almeirim – 1-4
Paço dos Negros – Glória Ribatejo – 0-1

1º Glória Ribatejo, 9; 2º Paço dos Negros, 4; 3º U. Almeirim, 3; 4º Marinhais, 1

Série 3

Tramagal – Moçarriense – 0-3
Porto Alto – Vilarense – 2-2

1º Moçarriense, 7; 2º Tramagal, 4; 3º Porto Alto, 2; 4º Vilarense, 2

Série 4

Goleganense – Rebocho – 3-2
Folga: Espinheirense

1º Espinheirense, 6; 2º Goleganense, 3; 3º Rebocho, 0

Série 5

Riachense – Benfica do Ribatejo – 6-0
Folga: Forense

1º Forense, 4; 2º Riachense, 4; 3º Benfica do Ribatejo, 0

Série 6

Ortiga – Pego – 0-2
Folga: Caxarias

1º Caxarias, 6; 2º Pego, 3; 3º Ortiga, 0

Garantiram o apuramento para a fase seguinte os seguintes clubes: Vasco da Gama, Glória Ribatejo, Moçarriense, Espinheirense, Forense e Caxarias (vencedores das respectivas séries), Riachense. At. Pernes, Paço dos Negros e Pego (melhores de entre os 2.º classificados – sendo que, nas séries de quatro equipas, se desconsidera, para este efeito, o resultado com o 4.º classificado).

Série 1

U. Atalaiense – At. Pernes – 3-4
Alferrarede – Vasco da Gama – 1-4

1º Vasco da Gama e At. Pernes, 4; 3º U. Atalaiense e Alferrarede, 1

Série 2

U. Almeirim – Paço dos Negros – 2-3
Marinhais – Glória Ribatejo – 0-1

1º Glória Ribatejo, 6; 2º Paço dos Negros, 4; 3º Marinhais, 1; 4º U. Almeirim, 0

Série 3

Moçarriense – Porto Alto – 1-0
Tramagal – Vilarense – 6-2

1º Tramagal e Moçarriense, 4; 3º Porto Alto e Vilarense, 1

Série 4

Espinheirense – Goleganense – 3-0
Folga: Rebocho

1º Espinheirense, 6; 2º Rebocho e Goleganense, 0

Série 5

Forense – Riachense – 1-1
Folga: Benfica do Ribatejo

1º Forense, 4; 2º Riachense, 1; 3º Benfica do Ribatejo, 0

Série 6

Caxarias – Ortiga – 2-1
Folga: Pego

1º Caxarias, 6; 2º Ortiga e Pego, 0

Ainda com uma jornada por disputar garantiram já o apuramento para a fase seguinte da prova as seguintes equipas: Glória do Ribatejo, Espinheirense e Caxarias.

Série 1

Vasco da Gama – U. Atalaiense – 2-2
At. Pernes – Alferrarede – 1-1

1º U. Atalaiense, Vasco da Gama, Alferrarede e At. Pernes, 1

Série 2

Glória Ribatejo – U. Almeirim – 2-1
Paço dos Negros – Marinhais – 0-0

1º Glória Ribatejo, 3; 2º Marinhais e Paço dos Negros, 1; 4º U. Almeirim, 0

Série 3

Vilarense – Moçarriense – 2-2
Porto Alto – Tramagal – 1-1

1º Moçarriense, Vilarense, Porto Alto e Tramagal, 1

Série 4

Rebocho – Espinheirense – 1-3
Folga: Goleganense

1º Espinheirense, 3; 2º Goleganense, 0; 3º Rebocho, 0

Série 5

Benfica do Ribatejo – Forense – 1-7
Folga: Riachense

1º Forense, 3; 2º Riachense, 0; 3º Benfica do Ribatejo, 0

Série 6

Pego – Caxarias – 0-1
Folga: Ortiga

1º Caxarias, 3; 2º Ortiga, 0; 3º Pego, 0

Realizou-se também hoje o sorteio da fase de grupos da Taça do Ribatejo, na qual participarão os 21 clubes inscritos na II Divisão Distrital (excluindo-se da participação na Taça as equipas “B” e “Sub-23”), repartidos em 6 séries (indicando-se o alinhamento de jogos da 1.ª jornada, agendada para 25 de Setembro):

Série 1 – U. Atalaiense, Vasco da Gama, At. Pernes e Alferrarede

Vasco da Gama – U. Atalaiense
At. Pernes – Alferrarede

Série 2 – U. Almeirim, Glória Ribatejo, Paço dos Negros e Marinhais

Glória Ribatejo – U. Almeirim
Paço dos Negros – Marinhais

Série 3 – Moçarriense, Vilarense, Porto Alto e Tramagal

Vilarense – Moçarriense
Porto Alto – Tramagal

Série 4 – Espinheirense, Rebocho e Goleganense

Rebocho – Espinheirense
Folga: Goleganense

Série 5 – Forense, Benfica do Ribatejo e Riachense

Benfica do Ribatejo – Forense
Folga: Riachense

Série 6 – Caxarias, Pego e Ortiga

Pego – Caxarias
Folga: Ortiga

Os 16 clubes participantes na I Divisão Distrital apenas iniciarão a disputa da prova em fase subsequente.

(“O Templário”, 09.06.2022)

O Fazendense sagrou-se vencedor da “Prova Rainha” da Associação de Futebol de Santarém, a Taça do Ribatejo, ao superar (no desempate da marca de grande penalidade) na Final o Abrantes e Benfica, conquistando o seu quinto troféu – quarto nas últimas dez edições –, destacando-se ainda mais como clube com maior número de triunfos nesta competição.

Destaque – Tendo concluído o campeonato num assertivo 3.º lugar – impondo ao novo Campeão (Rio Maior) a única derrota sofrida em toda a temporada, ganhando igualmente, no seu reduto, ao vice-campeão (U. Tomar) – o Fazendense perfilava-se como favorito para esta final, perante uma formação do Abrantes e Benfica que, aquém das expectativas, se quedara por modesta 9.ª posição no Distrital.

No Domingo, outra vez em horário matinal (início do desafio pelas 11 horas), em Santarém, no Campo Chã das Padeiras, estavam decorridos apenas os dez minutos iniciais quando os abrantinos se colocaram em vantagem no marcador. Mas os homens das Fazendas ripostaram de pronto, restabelecendo a igualdade somente mais um quarto de hora volvido.

Num jogo repartido, com alternância de momentos de superioridade de cada uma das equipas, o desfecho podia ter pendido para um ou outro lado, mas o “placard” acabaria por não se alterar até final da segunda parte, ainda assim com o Fazendense a parecer mais satisfeito com o resultado.

Não estando prevista no regulamento a realização de prolongamento, avançou-se de imediato para o desempate da marca de grande penalidade: ambas as formações falharam a respectiva segunda tentativa, permitindo a defesa aos jovens guardiões Ricardo Canais e João Sardinha, tendo, portanto, a primeira série de cinco remates terminado com um empate a 4-4. No sexto pontapé do Abrantes e Benfica, Sardinha conseguiu nova defesa, com a bola a ressaltar para o poste, dando início à festa dos homens das Fazendas, que assim consumavam a vitória (5-4).

Ausente da final desde 2016, o Fazendense – que, para chegar a esta partida decisiva, eliminara o Porto Alto e o Benavente (em ambos os casos ganhando por 2-1, em terreno alheio), assim como, nos quartos-de-final, o vencedor do campeonato, Rio Maior (também no desempate da marca de grande penalidade), e, nas meias-finais, o Amiense – repete as conquistas de 2012, 2014 e 2016 (a que soma ainda a vitória alcançada na edição de 2006).

No palmarés da competição, após as 44 edições entretanto concluídas, o emblema das Fazendas de Almeirim soma agora, pois, cinco títulos conquistados, seguido por um quarteto (constituído por Tramagal, Riachense, Amiense e Coruchense), cada um com três troféus, e um pequeno “pelotão” de sete clubes, cada qual com duas vitórias na Taça do Ribatejo.

O Fazendense acompanhará assim o U. Tomar (para além de U. Santarém, Coruchense e Rio Maior – clubes que disputarão o Campeonato de Portugal) na próxima edição da Taça de Portugal, formando o contingente em representação do Distrito.

Campeonato de Portugal – Numa Final, disputada no sábado no Estádio do Jamor, bastante mais desequilibrada do que seria expectável, o Paredes sagrou-se Campeão, goleando o Fontinhas (vencedor da Zona Sul) por categórico 4-0, tirando partido de, praticamente, ter entrado a ganhar, inaugurando o marcador longo nos segundos iniciais – vindo a ampliar a marca com mais três tentos averbados no segundo tempo (o último deles, aliás, já em período de compensação).

As equipas do Paredes, Länk Vilaverdense, Fontinhas e Moncarapachense (dois primeiros de cada uma das séries da fase final) garantiram a promoção à Liga 3, para a próxima época, de 2022-23 – subsistindo ainda pendente a confirmação da atribuição de uma eventual quinta vaga de subida ao Belenenses (3.º classificado da Zona Sul), por presumível impedimento de inscrição do Cova da Piedade em provas de âmbito nacional.

Antevisão – Para concluir a temporada a nível distrital restam apenas por disputar – para além da Supertaça Dr. Alves Vieira (que é retomada, após dois anos de interrupção), agendada já para o feriado, de dia 10 de Junho, colocando frente-a-frente o Campeão, Rio Maior, e o vencedor da Taça, Fazendense – as três últimas rondas da fase final do campeonato da II Divisão, agendadas para os próximos dias 12, 16 e 19 de Junho.

Com o Águias de Alpiarça isolado na liderança, dispondo de vantagem de três pontos sobre o Entroncamento AC, e de uma importante margem, já de cinco pontos, em relação a Moçarriense e Fátima, são, pois, ainda quatro os candidatos, em acesa disputa pelas três vagas disponíveis de promoção ao escalão principal.

Os alpiarcenses, sob o comando técnico de Jorge Peralta, poderão até, desde já, carimbar a subida à I Divisão Distrital (campeonato de que estão arredados há quinze épocas) no próximo fim-de-semana, caso confirmem o favoritismo que lhes é creditado, na recepção ao Espinheirense, e venham a somar os três pontos em jogo.

Por seu lado Moçarriense e Entroncamento AC terão um embate de crucial importância na definição do posicionamento final, enquanto o Fátima procurará manter-se também na discussão, para o que será importante ganhar no terreno do Forense.

Nas duas derradeiras jornadas sobressaem ainda os seguintes três confrontos, entre candidatos, nos quais tudo se deverá decidir: Fátima-Moçarriense, Entroncamento AC-Águias de Alpiarça (9.ª ronda) e, a fechar esta fase de apuramento de Campeão, o Águias de Alpiarça-Fátima.

Quanto ao “Pulsar do Campeonato”, após um total de 300 artigos publicados, ao longo de quase dez anos (desde Novembro de 2012), entrará agora em período de “férias”…

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 9 de Junho de 2022)

Fazendense.. 5  Ág. Alpiarça 2  Mação....... 2  F. Zêzere... 1  Monsanto.... 1
Tramagal.... 3  Alferrarede. 2  U. Santarém. 2  Benavente... 1  Ouriquense.. 1        
Riachense... 3  S. Correia.. 2  Lag. Sardoal 1  Ferroviários 1  Torres Novas 1
Amiense..... 3  Cartaxo..... 2  Pego........ 1  Azinhaga.... 1  União Tomar. 1     
Coruchense.. 3  U. Rio Maior 2  Vasco Gama.. 1  Abrantes FC. 1  Glória Rib.. 1
 Edição   Época     Data        Vencedor          Finalista

XLV      2021-22    5-Jun   Fazendense        Abrant. e Benfica 1-1 (5-4 g.p.)
XLIV     2020-21   27-Jun   Glória Ribatejo   Rio Maior SC      1-1 (5-4 g.p.)
XLIII    2019-20                  Final não disputada
XLII     2018-19   12-Mai   U. Santarém       Coruchense        2-0
XLI      2017-18   13-Mai   U. Tomar          Mação             2-1
XL       2016-17    1-Mai   Mação             Coruchense        2-2 (4-3 g.p.)
XXXIX    2015-16    1-Mai   Fazendense        Riachense         0-0 (4-3 g.p.)
XXXVIII  2014-15    1-Mai   Coruchense        Amiense           3-2
XXXVII   2013-14    1-Mai   Fazendense        At. Ouriense      1-0
XXXVI    2012-13    1-Mai   Amiense           At. Ouriense      0-0 (3-2 g.p.)
XXXV     2011-12    1-Mai   Fazendense        Emp. Comércio     4-1
XXXIV    2010-11   15-Mai   Torres Novas      Cartaxo           1-1 (4-3 g.p.)
XXXIII   2009-10    8-Mai   Riachense         Alcanenense       0-0 (4-3 g.p.)
XXXII    2008-09   30-Mai   Riachense         Alcanenense       1-0
XXXI     2007-08   25-Mai   Mação             Riachense         2-1
XXX      2006-07   12-Mai   Ouriquense        U. Santarém       1-0
XXIX     2005-06   14-Abr   Fazendense        U. Santarém       2-1
XXVIII   2004-05    2-Jun   Amiense           Coruchense        0-0 (4-3 g.p.)
XXVII    2003-04   23-Mai   Monsanto          U. Figueirense    4-0
XXVI     2002-03   18-Mai   Abrantes FC       Águias Alpiarça   2-1
XXV      2001-02            U. Rio Maior      Alcanenense       v-d
XXIV     2000-01    3-Mai   Cartaxo           Monsanto          v-d
XXIII    1999-00   28-Mai   U. Rio Maior      Benavente         v-d
XXII     1998-99   30-Mai   Azinhaga          Marinhais         2-0
XXI      1997-98    7-Jun   Ferroviários      Tramagal          3-0
XX       1996-97   29-Mai   Coruchense        Samora Correia    2-0
XIX      1995-96    2-Jun   Coruchense        Amiense           4-0
XVIII    1994-95   28-Mai   Tramagal          Alferrarede       1-0
XVII     1993-94   28-Mai   Samora Correia    Ouriquense        3-0
XVI      1992-93   30-Mai   Alferrarede       U. Almeirim       1-0
XV       1991-92   12-Abr   Alferrarede       Riachense         0-0 (1-0 a.p.)
XIV      1990-91   29-Mar   Benavente         Alferrarede       1-0
XIII     1989-90   25-Abr   Ferreira Zêzere   Salvaterrense     1-1 (3-1 a.p.)
XII      1988-89   30-Abr   Vasco da Gama     Fazendense        3-3 (5-4 g.p.)
XI       1987-88   15-Mai   Pego              Ferroviários      1-0
X        1986-87    6-Jun   Águias Alpiarça   Marinhais         2-0
IX       1985-86    1-Mai   Lagartos Sardoal  Torres Novas      2-2 (3-2 a.p.)
VIII     1984-85   22-Jun   Águias Alpiarça   Cartaxo           0-0 (2-0 a.p.)
VII      1983-84    6-Mai   Cartaxo           Salvaterrense     1-0
VI       1982-83   22-Mai   Samora Correia    Benfica Ribatejo  1-0
V        1981-82   13-Jun   Tramagal          Samora Correia    1-0
IV       1980-81   29-Mar   Tramagal          U. Almeirim       2-1
III      1979-80    5-Abr   Riachense         Alferrarede       2-1
II       1978-79    9-Jun   U. Santarém       Cartaxo           1-0
I        1976-77    2-Jun   Amiense           Tramagal          3-1

(“O Templário”, 21.04.2022)

As equipas do Fazendense e do Abrantes e Benfica confirmaram o favoritismo que lhes era creditado – e que, aliás, haviam já começado a cimentar nos jogos da 1.ª mão –, garantindo a presença na Final da Taça do Ribatejo da presente época. O emblema das Fazendas de Almeirim disputará a sua quarta final num período de dez anos, enquanto os abrantinos farão a sua estreia em tal desafio decisivo, agendado para dia 5 de Junho, no Campo Chã das Padeiras, em Santarém.

Destaques – As partidas da 2.ª mão, jogadas no feriado da passada sexta-feira, pautaram-se pelo equilíbrio e pela escassez de golos – apenas tendo sido apontados três tentos nos dois encontros.

No que respeita ao Fazendense, que se colocara já em vantagem na 1.ª mão, em Amiais de Baixo, onde vencera por 1-0, começou por reforçar tal superioridade, ao inaugurar o marcador, poucos minutos após o início da segunda parte do prélio em que actuou no seu terreno, controlando a eliminatória até final, apesar de ter sofrido ainda um susto, com o golo que fixaria o empate final (1-1), marcado pelo Amiense à entrada para os derradeiros cinco minutos.

Tal como referido, o grupo das Fazendas de Almeirim – que eliminara já, nesta edição da prova, o Porto Alto e o Benavente (ganhando, em ambos os casos, por tangencial 2-1, em terreno alheio), assim como, nos 1/4 de final, o líder do campeonato, Rio Maior (no desempate da marca de grande penalidade, após igualdade a um golo) – atinge a Final da Taça pela quarta vez na última década (2012, 2014, 2016 e 2022), sendo que se sagrou vencedor em todas essas três ocasiões anteriores.

O Fazendense é, aliás, o clube com maior palmarés na competição, o único que detém já quatro troféus da Taça do Ribatejo, conquistados em 2006, 2012, 2014 e 2016 – face a três títulos averbados por Tramagal, Riachense, Amiense e Coruchense. É, ainda, o que melhor desempenho pontual regista desde 2009-10 (com 33 vitórias e 15 empates, num total de 57 jogos disputados), neste caso, a par do Mação, e logo adiante do U. Tomar e do seu rival nesta meia-final, Amiense.

Quanto ao Abrantes e Benfica – depois de ter arrancado uma igualdade a três bolas no Cartaxo, na 1.ª mão, por três vezes anulando a vantagem alcançada pelo adversário, num embate empolgante – terá sido, desta feita, mais “calculista”, tendo-lhe bastando um único golo (marcado à passagem da hora de jogo) para assegurar o triunfo na eliminatória e consequente apuramento para o encontro decisivo, arredando assim os cartaxeiros da final.

Tal como sucedeu com o actual líder da I Divisão Distrital, igualmente promovido ao escalão principal apenas há três anos (2018-19) – após o regresso à competição ao nível de seniores, nessa mesma época, do centenário Sport Abrantes e Benfica (na sequência da fusão com a U. Abrantina) –, também já 2.º classificado no último campeonato, alcança, desde já, o seu melhor registo histórico na Taça do Ribatejo (depois de ter sido também semi-finalista no ano de 2019).

Para tal, o grupo de Abrantes teve, nesta temporada, de eliminar o Fátima (no desempate da marca de grande penalidade, após empate 2-2 no reduto adversário), o Vasco da Gama (ganhando por 4-1, também fora de casa) e, nos 1/4 de final, outra vez por via daquela fórmula de desempate, afastando o Salvaterrense (após igualdade a um golo), antes deste último duelo com o Cartaxo.

Anota-se que, da galeria de vencedores da competição, consta outro emblema do município abrantino, o entretanto extinto Abrantes FC, que conquistara o troféu na temporada de 2002-03.

A realizar campanhas com desempenhos distintos no campeonato em curso (o Fazendense é 3.º classificado, ocupando o Abrantes e Benfica mais modesta 8.ª posição, aquém do que seriam as expectativas), os dois clubes defrontar-se-ão na Final, um tipo de jogo, por natureza, e dadas as suas especificidades, de prognóstico completamente “em aberto”, visando – para além, claro, de enriquecer o palmarés com a conquista de mais um título –, aceder também à Taça de Portugal.

Liga 3 – A equipa do U. Santarém conseguiu reagir da melhor forma ao “traumático” empate cedido na ronda anterior, tendo surpreendido, indo vencer ao terreno do líder, na Amora, por 1-0.

Um triunfo que volta a proporcionar o manter viva a esperança da manutenção: a duas jornadas do termo deste “mini-campeonato”, os escalabitanos, pese embora subsistam no 4.º e último posto da série (lugar de despromoção), distam só dois pontos do Caldas – e até, no limite, cinco pontos do agora duo da frente (Cova da Piedade e Amora) –, dependendo, pois, apenas de si próprios.

Antevisão – O Distrital da I Divisão continuará em pausa neste fim-de-semana, dado disputar-se (entre 22 e 25 de Abril) a fase final da “Taça das Regiões”, com a selecção de Santarém, anfitriã de tal competição, integrada em grupo com as equipas representativas das Associações de Futebol de Braga e de Ponta Delgada (sendo o outro grupo composto pelas selecções de Lisboa, Beja e Vila Real) – o vencedor apurar-se-á para a “Regions Cup” da UEFA, representando Portugal.

Da passada semana chegou, entretanto, a notícia da decisão, por parte da Direcção do União de Tomar, de dispensa da equipa técnica, deixando Filipe Pinto (que comunicara já, previamente, a sua intenção de não continuidade na próxima época) de ser o Treinador da equipa principal do clube – que ocupa o 2.º lugar do campeonato, a seis pontos do líder, Rio Maior, faltando disputar cinco jornadas, dispondo, em paralelo, de vantagem de onze pontos face ao 3.º (Fazendense).

O escalão secundário, que retoma a marcha da disputa da fase final, de apuramento de Campeão e de promoção, com a realização da 2.ª ronda, tem agendados, para este Domingo, os seguintes desafios: Moçarriense-Águias de Alpiarça; Forense-Entroncamento AC; e Fátima-Espinheirense.

Na Liga 3, o U. Santarém recebe a visita do Cova da Piedade, procurando uma vitória que lhe possa permitir ir para o derradeiro encontro, nas Caldas da Rainha, em posição vantajosa.

No Campeonato de Portugal, também de regresso este fim-de-semana, no que respeita às séries de disputa da manutenção, o Coruchense enfrenta partida de cariz crucial, em Cernache do Bonjardim, frente ao V. Sernache, com o qual reparte o 2.º posto da classificação (sendo que apenas os dois primeiros classificados de cada série garantirão a permanência na próxima época).

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 21 de Abril de 2022)

                                   2ª mão           1ª mão           Total
Fazendense - Amiense                 1-1              1-0             2-1
Abrantes e Benfica - Cartaxo         1-0              3-3             4-3

As equipas do Fazendense e do Abrantes e Benfica garantiram o apuramento para a Final da Taça do Ribatejo no escalão de Seniores, agendada para 5 de Junho, no Campo Chã das Padeiras, em Santarém.

Amiense – Fazendense – 0-1
Cartaxo – Abrantes e Benfica – 3-3

(“O Templário”, 10.03.2022)

Aqueles que eram os dois principais favoritos à conquista da Taça do Ribatejo – e, em paralelo, ainda os dois candidatos ao título de Campeão Distrital – quedaram-se pelos quartos-de-final da “prova rainha”, superados pelo Cartaxo e pelo Fazendense.

Se, no caso do Rio Maior, afastado por via do desempate da marca de grande penalidade, tal acaba por traduzir-se na perspectiva de o Fazendense poder vir a ampliar o seu palmarés já “record” na competição (é o único clube com quatro troféus conquistados), a eliminação do U. Tomar, no seu próprio reduto, pelo Cartaxo, não deixa de consubstanciar uma indisfarçável crise de confiança.

Destaques – O primeiro realce desta ronda da Taça do Ribatejo vai, pois, de novo, para o Fazendense, que continua a confirmar a excelente fase que vem atravessando: depois de, há três semanas, ter derrotado o Rio Maior, e de, na semana passada, ter feito o mesmo ante o U. Tomar, o grupo das Fazendas voltou a levar a melhor sobre o agora líder do campeonato.

Desta feita, após igualdade a um golo no tempo regulamentar (os donos da casa colocaram-se em vantagem à entrada dos derradeiros dez minutos, vindo contudo a consentir o empate aos riomaiorenses apenas três minutos volvidos), o Fazendense impor-se-ia no desempate da marca de grande penalidade, perfilando-se agora como o principal candidato à conquista de novo troféu (defrontará nas meias-finais, a disputar a duas mãos, o Amiense).

Precisamente, a turma de Amiais de Baixo esteve também em destaque, goleando por convincente 4-1 no terreno do Forense, até então o último resistente do escalão secundário (de que é líder de série) na Taça, tornando fácil, por via da sua atitude e desempenho, o que, noutras circunstâncias, poderia eventualmente ter-se revelado mais complexo (recordando-se que o conjunto dos Foros de Salvaterra tinha começado por eliminar, na ronda preliminar, o At. Ouriense, da I Divisão).

Surpresas – O U. Tomar voltou a protagonizar a grande surpresa, e de forma bem negativa. O inesperado desaire caseiro ante o Samora Correia (já depois da derrota sofrida em Mação, onde os nabantinos chegaram a estar em vantagem, que, contudo, viram escapar-se) deixou “mossa”. Nas Fazendas de Almeirim alguma “infelicidade” ditara terceira desfeita sucessiva. Quando se esperava que a equipa pudesse reencontrar-se, acabou por sofrer mais um surpreendente desfecho desfavorável, a custar a eliminação da prova, na qual tinha também legítimas aspirações.

O Cartaxo começou por inaugurar o marcador em Tomar, à passagem dos vinte minutos, sendo que os unionistas ainda conseguiram a “benesse” de, no lance imediato, restabelecer o empate. Todavia, no decurso da partida, não foram capazes de manter a serenidade necessária para impor sobre o terreno a sua superior qualidade individual e colectiva, ficando à mercê das transições adversárias, expondo fragilidades defensivas.

O segundo tento dos cartaxeiros, outra vez sobre os vinte minutos, mas do segundo tempo, pôs a nu a falta de confiança que o grupo denota por estes dias. Haveria ainda bastante tempo para tentar recuperar e reverter a situação, mas, alguma precipitação, associada também à maior assunção de risco, revelar-se-ia fatal, apenas mais cinco minutos decorridos. O Cartaxo chegava ao 3-1, que seria o resultado final, com todas as tentativas dos tomarenses (já mais “com o coração do que com a cabeça”) de ripostar à adversidade a mostrarem-se infrutíferas.

Em Abrantes aconteceu “meia surpresa”: o Salvaterrense, que estivera já em evidência, na semana precedente, tendo indo vencer a Mação, impôs um empate (1-1) ao Abrantes e Benfica, vindo contudo a ser afastado no desempate da marca de grande penalidade, no qual os abrantinos foram mais eficazes. Assim, na outra das meias-finais, o Cartaxo defrontará o Abrantes e Benfica.

Liga 3 – Na última jornada da primeira fase desta prova o U. Santarém empatou (2-2) na recepção à equipa “B” do Sporting, não tendo conseguido materializar em vantagem a inferioridade numérica do adversário em larga parte do encontro (tendo a equipa leonina acabado mesmo reduzida a nove elementos, nos últimos dez minutos de jogo e no período de compensação).

Os escalabitanos terminam assim esta fase no penúltimo lugar (em igualdade pontual com o último classificado, Oriental Dragon, ambos com 18 pontos). Independentemente do resultado do passado fim-de-semana, acabou por revelar-se determinante o desaire sofrido na ronda anterior ante o Oliveira do Hospital, emblema que, em função desse desfecho, acabou por garantir o 10.º posto, dois pontos acima, com reflexos a nível do escalonamento dos clubes para a segunda fase.

Campeonato de Portugal – Também o Coruchense enfrentava tarefa árdua, na visita ao Estádio do Restelo, igualmente para disputa da derradeira jornada da fase inicial da competição, sendo que apenas a vitória garantiria ao Belenenses não ficar dependente de resultados de terceiros.

Com uma exibição bastante personalizada – dando boa réplica, mesmo reduzido a dez durante cerca de uma hora – o grupo de Coruche, tendo-se visto a perder à entrada para os cinco minutos finais da primeira metade, conseguiria surpreender o adversário, restabelecendo a igualdade logo no arranque da segunda parte. Só uma grande penalidade, a sancionar um lance em que o avançado belenense se isolava frente ao guardião, permitiu aos “azuis do Restelo” a tangencial vitória por 2-1, garantindo assim o 1.º lugar da série E e confirmando o apuramento para a fase de promoção – não sem, já em tempo de compensação, terem sofrido enorme susto, com uma magnífica defesa do seu guarda-redes a evitar o que poderia ter sido o segundo golo da turma do Sorraia.

O Coruchense termina esta fase no 7.º lugar (em igualdade pontual – 21 pontos – com o 6.º classificado, Operário de Lagoa), vendo-se, pois, relegado para a disputa da fase de manutenção.

Antevisão – Quando esta edição do jornal chegar aos leitores será já conhecido o desfecho do jogo de acerto de calendário – agendado para esta quarta-feira, dia 9 de Março –, entre Benavente e U. Tomar, crucial para as aspirações dos unionistas, sobretudo em termos de demonstração de capacidade de reacção e do imprescindível restabelecimento dos níveis de confiança.

Para o fim-de-semana, na 21.ª ronda, o União continuará a ter a pressão de ganhar, em casa, ao Alcanenense (5.º classificado), sendo o Rio Maior igualmente favorito na deslocação a Ourém, para defrontar o At. Ouriense (actual 13.º). De interesse será também o Torres Novas-Fazendense.

No escalão secundário, com os líderes Forense e Moçarriense de folga, anota-se que o U. Tomar “B” receberá o guia da sua série, Fátima. As atenções estarão ainda focadas nos jogos: Benfica do Ribatejo-Águias de Alpiarça; Coruchense “B”-Marinhais; e Ortiga-Espinheirense.

A Liga 3 e o Campeonato de Portugal tinham previsto para dia 8 o sorteio da 2.ª fase, com os representantes do Distrito ambos em séries de disputa de manutenção: o U. Santarém (11.º) partirá com 2 pontos, integrando também a sua série os 5.º, 7.º e 9.º da fase inicial, respectivamente Amora (8), Caldas (6) e Cova da Piedade (4 pontos), sendo o último classificado despromovido; quanto ao Coruchense, irá disputar a permanência nos nacionais com Marinhense, V. Sernache e Peniche (3.º, 5.º e 6.º classificados da série D) – descendo aos Distritais os dois últimos da série.

(Artigo publicado no jornal “O Templário”, de 10 de Março de 2022)

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